quarta-feira, 30 de março de 2011

O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?


Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos.
        Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.
        Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. 
        Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico. 
        O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.

Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos?


O desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível. 
        Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes. 
         Ao invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis observados nos países industrializados.
         Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por disparidades. 
Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Correntes Marítimas

As correntes oceânicas são o fluxo das águas dos oceanos, ordenadas ou não, decorrentes da inércia da rotação do planeta Terra, propelidas por marés, ventos ou diferenças de densidade. Influenciam na pesca na vida marinha e no clima. Suas movimentações não são bem definidas por haver continentes e ilhas ao longo da sua movimentação. As correntes oceânicas são responsáveis pelas temperaturas mais quentes na Europa Ocidental, permitem que a Antártida sustente vasto volume de vida vegetal e animal, e uma grave perturbação em seus padrões causou uma extinção em massa de 95% da vida marinha há 250 milhões de anos.
Suas dinâmicas:
Um determinado tipo de corrente oceânica chega até a esvaziar continuamente um oceano no outro, o que em geral faz com que as águas deles sejam trocadas a cada mil anos.  As correntes situadas abaixo da linha do equador possuem sentido anti-horário, opostamente às correntes situadas acima da linha do equador. Já nas regiões oceânicas adjacentes a esta linha, as correntes direcionam-se em sentidos opostos. As correntes marítimas se dividem em plantas oceanográficas confiáveis que se juntam ao utilizar o mesmo método de correntação fluvial, se dividem em correntes frias e correntes quentes:
Ø                Correntes quentes: formam-se na zona intertropical, próxima à Linha do Equador, e movimentam-se em direção às zonas polares.
Ø                Correntes frias: formam-se nas zonas polares e movimentam-se em direção à região equatorial.

·                    Efeitos sobre o clima:
As correntes oceânicas podem afetar profundamente o clima, ela pode levar fortes ondas de calor, secas, chuvas em regiões áridas e elevar lugares que possuem temperaturas quentes em temperaturas bem congelante. Exemplo que pode ocorrer uma alteração no clima é com a Europa. O fluxo das correntes oceânicas é responsável pelas temperaturas mais quentes na Europa, se o fluxo se interrompesse, o clima se tornaria caótico, a Europa alcançaria temperaturas bem baixas
·                    Efeitos sobre as paisagens:
Afetando o clima as correntes oceânicas interferem na paisagem. Exemplos são as correntes quentes que vão para a Noruega. Elas esquentam os ventos dominantes que sopram em direção à ela. Quando isso acontece as condições temperadas com invernos ficam amenas favoráveis a pescaria, que é a principal atividade daquele país.
Com o derretimento das calotas polares fica com excesso de água doce nesta corrente quente ela acaba sumindo. Como ela sumiu, a Noruega começa a sofrer um inverno rigoroso, congelando rios, lagos. Com isso sofre a pescaria, a vegetação e os animais deste lugar. Com a mudança desta corrente, animais se perdem e aparecem neste lugar, na Noruega (como pode acontecer em outros lugares também). Todos esses fatores interferem, mudam e transformam a paisagem deste lugar.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Erosão Glacial


Erosão Glacial, é a erosão causada pelo gelo que pode ocorrer quando as águas da chuva penetram entre as rochas e, quando chega a época de frio intenso, essas águas que penetram se congelam, ocupando mais espaço que a água líquida, fazendo maior pressão sobre as paredes das rochas que, consequentemente, se quebram


Isso pode ocorrer também quando os blocos de gelo se desprendem das geleiras, deslizam pelas encostas das montanhas, e acabam desgastando as rochas, no Brasil não ocorre erosão glacial porque aqui não existem geleiras.

A erosão glacial pode ocorrer der três maneiras:
- águas das chuvas penetram entre as fendas das rochas, quando chega a época de frio muito intenso, essas águas congelam-se, e o gelo que ocupa mais espaço que a água líquida faz pressão sobre as paredes da rocha, quabrando-a.
- os blocos de gelo que saem das geleiras deslizam pelas encontas das montanhas, qubrando as rochas.
- Nas regiões onde faz muito frio, durante o inverno o gelo se acumula no topo das montanhas. Na primavera o gelo começa a derreter e a descer lentamente pelas encostas .No trajeto, formam novos caminhos e vão se transformando em água líquida, pelo aumento da temperatura, voltando a correr gelo antigo curso ou formando novos canais de água.
Efeitos poluidores da ação da ação de arraste:
- Os arrastamentos podem encobrir porções de terrenos férteis e sepultá-los com materiais áridos.
- Morte da fauna e flora do fundo dos rios e lagos por soterramentos.
- Turbidez nas águas, dificultando a ação da luz solar na realização da fotossíntese, importante para a purificação e oxigenação das águas.
- Arraste de biocidas e adubos até corpos d'água e causarem, com isso, desequilíbrio na fauna e flora nesses corpos (causando eutroficação por exemplo).
Outros danos:
- Assoreamento: que preenche o volume original dos rios e lagos e como censequencia, vindas as grandes chuvas, esses corpos d'água extravasam, causando enchentes.
-Instabilidade causada nas partes mais elevadas podem levar a deslocamentos repentinos de grandes massas na terra e rochas que desabam talude abaixo, causando, no geral, grandes tragédias.


Degradação Florestal e Assoreamento dos Rios.

Um dos principais problemas que afetam os rios, principalmente os que passam por grandes cidades, é o assoreamento. Neste processo ocorre o acúmulo de lixo, entulho e outros detritos no fundo dos rios. Com isso, o rio passa a suportar cada vez menos água, provocando enchentes em épocas de grande quantidade de chuvas.    O que realmente causa o assoreamento  na maioria das vezes é proveniente efeitos naturais, como a movimentação de areia e outros detritos levados pela água da chuva e também pelos ventos, mas seu depósito no fundo das águas de rios, canais e dos lagos é favorecido pela ação do homem que tira a proteção natural dessas fontes de água .
As matas ciliares são essenciais para a proteção dessas fontes contra o assoreamento, elas atuam como filtros ou barreiras naturais e evitam que esses sedimentos nas suas mais diversas formas cheguem até o leito das fontes de água e se depositem no seu fundo. Quando as matas ciliares são derrubadas e devastadas, as margens dessas fontes ficam desprotegidas, sem proteção natural,   e assim mais vulneráveis e sujeitas ao desbarrancamento e ao assoreamento. A agricultura sem o manejo adequado do solo também acaba exaurindo o solo, assim como o desmatamento e todas as outras formas de ação humana que provoquem a desertificação e a erosão, além de outras atividades como a mineração e a ocupação urbana sem projetos de sustentabilidade ambiental, também acabam por concorrer para o assoreamento das fontes de água.


A alta concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, entre eles o gás carbônico, esta favorecendo o aquecimento do planeta, fato que pode ter graves implicações ambientais . A degradaçao ambiental é normalmente associada á ação de poluiçao com causas humanas , contudo , no decorrer da evoluçao de um ecossistema , pode ocorrer meios naturais . ocorrendo a nível mundial. Trata-se em primeiro plano da redução das emissões de gases com efeito estufa. Este efeito é proveniente da absorção, pela atmosfera, da radiação solar que, aquecendo a superfície do planeta, produz irradiação que permanece nas camadas atmosféricas interiores, elevando, em conseqüência, o seu nível térmico, Disto resultam inundações, secas, ondas de calor mais intenso, furacões, tempestades.  Os incêndios têm essencialmente origem negligente ou criminosa. As consequências mais evidentes neste tipo de fogos são a perda total ou parcial da cobertura vegetal e dos bens que se encontram na área devastada pelo incêndio. Devemos ainda contabilizar a erosão provocada no solo


Um dos principais problemas que afetam os rios, principalmente os que passam por grandes cidades, é o assoreamento. Neste processo ocorre o acúmulo de lixo, entulho e outros detritos no fundo dos rios. Com isso, o rio passa a suportar cada vez menos água, provocando enchentes em épocas de grande quantidade de chuvas.    O que realmente causa o assoreamento  na maioria das vezes é proveniente efeitos naturais, como a movimentação de areia e outros detritos levados pela água da chuva e também pelos ventos, mas seu depósito no fundo das águas de rios, canais e dos lagos é favorecido pela ação do homem que tira a proteção natural dessas fontes de água .


As matas ciliares são essenciais para a proteção dessas fontes contra o assoreamento, elas atuam como filtros ou barreiras naturais e evitam que esses sedimentos nas suas mais diversas formas cheguem até o leito das fontes de água e se depositem no seu fundo. Quando as matas ciliares são derrubadas e devastadas, as margens dessas fontes ficam desprotegidas, sem proteção natural,   e assim mais vulneráveis e sujeitas ao desbarrancamento e ao assoreamento. A agricultura sem o manejo adequado do solo também acaba exaurindo o solo, assim como o desmatamento e todas as outras formas de ação humana que provoquem a desertificação e a erosão, além de outras atividades como a mineração e a ocupação urbana sem projetos de sustentabilidade ambiental, também acabam por concorrer para o assoreamento das fontes de água.


A alta concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, entre eles o gás carbônico, esta favorecendo o aquecimento do planeta, fato que pode ter graves implicações ambientais . A degradaçao ambiental é normalmente associada á ação de poluiçao com causas humanas , contudo , no decorrer da evoluçao de um ecossistema , pode ocorrer meios naturais . ocorrendo a nível mundial. Trata-se em primeiro plano da redução das emissões de gases com efeito estufa. Este efeito é proveniente da absorção, pela atmosfera, da radiação solar que, aquecendo a superfície do planeta, produz irradiação que permanece nas camadas atmosféricas interiores, elevando, em conseqüência, o seu nível térmico, Disto resultam inundações, secas, ondas de calor mais intenso, furacões, tempestades.  Os incêndios têm essencialmente origem negligente ou criminosa. As consequências mais evidentes neste tipo de fogos são a perda total ou parcial da cobertura vegetal e dos bens que se encontram na área devastada pelo incêndio. Devemos ainda contabilizar a erosão provocada no solo

Aquecimento global começou antes da Revolução Industrial

A Intervenção humana no meio ambiente causou a extinção de povoados antigos - Interferências do homem no meio ambiente fez com que a temperatura da América do Norte e Europa subissem 4ºC

  O início da interferência humana no meio ambiente e, consequentemente, no clima ocorreu em períodos anteriores à Revolução Industrial, que teve início em meados do século XVIII na Inglaterra. Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) mostra que, mesmo antes do surgimento das grandes indústrias o planeta já sofria com aumento de temperatura e o início do aquecimento global.
  Baseada em coleta, comparações e análise crítica das informações da literatura produzidas mundialmente sobre o tema, a advogada Aretha Sanchez mostra em sua dissertação de mestrado – Atividades humanas e mudanças climático -ambientais: Uma relação inevitável – orientada pelo professor e pesquisador do Ipen Luiz Antonio Mai e defendida em julho de 2009, que povoados como os Maias e Mochicas, na América Latina, Acádios, no Iraque, povos da Groenlândia Nórdica entre outros sofreram colapsos e desapareceram devido a essa modificação climática local.

Os antigos integrantes desses povoados usaram grande parte dos recursos naturais existentes nos locais em que viviam e foram obrigados a sair de sua região de origem após a deteriorização intensa do ambiente. O desmatamento, a caça, a pesca, o desenvolvimento da agricultura e a poluição das águas foram causas determinantes para a modificação climática regional e, consequentemente, a extinção de importantes povoados.

Apesar da gravidade dessas interferências, a pesquisadora afirma que foram necessárias para que as populações pudessem se desenvolver. “Para que possa haver desenvolvimento, o homem interferiu no meio ambiente e consequentemente no clima. Na época das primeiras interferências climáticas, as populações não tinham consciência de que o uso e a intervenção no meio ambiente pudessem levar seus povoados à extinção. Nós temos esse conhecimento e devemos tentar diminuir essas modificações ambientais”, explica Aretha.
  As interferências ocorridas anteriormente à Revolução Industrial foram muito significativas para as modificações do clima em determinadas regiões do planeta. Segundo a pesquisadora, “houve um aumento de até 4ºC na Europa e na América do Norte. Apesar de o aumento de temperatura ter sido regional, podemos falar que foi causado pela interferência do homem no meio ambiente, um ‘aquecimento global’ em escala menor se comparado aos problemas climáticos atuais”.
  Mesmo com os malefícios causados por esse aumento significativo na temperatura em certas regiões do globo, que ocasionou desequilíbrio ambiental e extinguiu povoados importantes, Aretha salienta que se não fossem essas interferências iniciais, as populações tanto da América do Norte quanto da Europa não se desenvolveriam da forma como se desenvolveram. 
 Os grandes problemas ambientais relacionados ao mau uso dos recursos naturais são causados, em parte, pela desigualdade social. Segundo a pesquisadora, a falta de acesso ao conhecimento e conscientização ecológica atrelada às deficiências educacionais são fatores que tornam as intervenções ambientais mais rotineiras e problemáticas.
“Não há investimentos necessários para que todos tenham esse tipo de educação e desenvolvam consciência ecológica. Um exemplo dessa falta de conhecimento pode ser visto atualmente no Brasil: as pessoas invadem áreas suscetíveis a deslizamento, como as margens de rios, as quais deveriam ser de total controle ambiental. A interferência no ambiente é tamanha que ocasiona enchentes e coloca milhares de vidas em risco”, explica Aretha.
  Exatamente pelo fato de grande parte das populações atuais terem maior conhecimento das causas e efeitos das interferências humanas na natureza, é necessário encontrar maneiras de manter o desenvolvimento sem causar tantos danos ao ambiente. “Antigamente não havia consciência do que estava acontecendo e por que alguns povoados se extinguiram. Hoje há essa consciência e conhecimento dos possíveis problemas que enfrentaremos, como o aquecimento global e outras alterações ambientais. Por isso, precisamos procurar uma forma, seja por meio da ciência ou da educação, que nos ajude a frear ou estabilizar as modificações climáticas”, conclui a pesquisadora.

O AQUECIMENTO GLOBAL, SUAS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS

                  O aquecimento global é o aumento da temperatura terrestre (não só numa zona específica, mas em todo o planeta) e tem preocupado a comunidade científica cada vez mais. Acredita-se que seja devido ao uso de combustíveis fósseis e outros processos em nível industrial, que levam à acumulação na atmosfera de gases propícios ao Efeito Estufa, tais como o Dióxido de Carbono, o Metano, o Óxido de Azoto e os CFCs.
                    Na realidade, desde 1850 temos assistido a um aumento gradual da temperatura global, algo que pode também ser causado pela flutuação natural desta grandeza. Tais flutuações têm ocorrido naturalmente durante várias dezenas de milhões de anos ou, por vezes, mais bruscamente, em décadas. Estes fenômenos naturais bastante complexos e imprevisíveis podem ser a explicação para as alterações climáticas que a Terra tem sofrido, mas também é possível e mais provável que estas mudanças estejam sendo provocadas pelo aumento do Efeito Estufa, devido basicamente à atividade humana.

Causas e consequências
As causas apontadas pelos cientistas para justificar este fenômeno podem ser naturais ou provocadas pelo homem. Contudo, cada vez mais as pesquisas nesta área apontam o homem como o principal responsável.
Fatores como a grande concentração de agentes poluente na atmosfera contribui para um aumento bastante significativo do
efeito estufa.
   O aquecimento global pode trazer conseqüências graves para todo o planeta – incluindo plantas, animais e seres humanos. A retenção de calor na superfície terrestre pode influenciar fortemente o regime de chuvas e secas em várias partes do planeta, afetando plantações e florestas. Algumas florestas podem sofrer processo de desertificação, enquanto plantações podem ser destruídas por alagamentos. O resultado disso é o movimento migratório de animais e seres humanos, escassez de comida, aumento do risco de extinção de várias espécies animais e vegetais, e aumento do número de mortes por desnutrição.
   Outro grande risco do aquecimento global é o derretimento das placas de gelo da Antártica. Esse derretimento já vinha acontecendo há milhares de anos, por um lento processo natural. Mas a ação do homem e o efeito estufa o processo e o tornaram imprevisível.

   A calota de gelo ocidental da Antártida está derretendo a uma velocidade de 250 km cúbicos por ano, elevando o nível dos oceanos em 0,2 milímetro a cada 12 meses. O degelo desta calota pode fazer os oceanos subirem até 4,9 metros, cobrindo vastas áreas litorâneas pelo mundo e ilhas inteiras. Os resultados também são escassez de comida, disseminação de doenças e mortes.

Mudanças climáticas.

Fatores geradores

As mudanças climáticas são produzidas em diferentes escalas de tempo em um ou vários fatores meteorológicos como, por exemplo: temperaturas máximas e mínimas, índices pluviométricos (chuvas), temperaturas dos oceanos, nebulosidade, umidade relativa do ar, etc.

As mudanças climáticas são provocadas por fenômenos naturais ou por ações dos seres humanos. Neste último caso, as mudanças climáticas têm sido provocadas a partir da Revolução Industrial (século XVIII), momento em que aumentou significativamente a poluição do ar.

Consequências

Atualmente as mudanças climáticas têm sido alvo de diversas discussões e pesquisas científicas. Os climatologistas verificaram que, nas últimas décadas, ocorreu um significativo aumento da temperatura mundial, fenômeno conhecido como aquecimento global. Este fenômeno, gerado pelo aumento da poluição do ar, tem provocado o derretimento de gelo das calotas polares e o aumento no nível de água dos oceanos. O processo de desertificação também tem aumentado nas últimas décadas em função das mudanças climáticas




Mudanças climáticas podem reduzir economia do Nordeste em até 11% em 2050



As mudanças climáticas terão efeito sobre a economia brasileira, especialmente a do Nordeste, de acordo com o estudo Migrações e Saúde: Cenários para o Nordeste Brasileiro - 2000/2050. O estudo foi elaborado para a Embaixada Britânica pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fio cruz).

Esse efeito, medido ano após ano, sinaliza que o Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste vai cair 11,4% até 2050, como resultado das variações do clima. O PIB é a soma das riquezas produzidas no país. "Ano após ano, até 2050, o efeito das mudanças climáticas, por meio do choque no setor agropecuário, seria uma queda de 11,4% do PIB", afirmou à Agência Brasil o professor Alisson Barbieri, coordenador da pesquisa pelo Cedeplar da UFMG.

De acordo com o estudo, essa perda equivaleria a dois anos de crescimento econômico da região, com base no desempenho registrado entre 2000 e 2005.

A pesquisa mostra que a redução que as mudanças climáticas tendem a provocar na disponibilidade de terras agricultáveis no Nordeste será mais drástica nos estados do Ceará (-79,6%) e Piauí (-70,1%), seguidos da Paraíba (-66,6%) e de Pernambuco (-64,9%). Barbieri esclareceu que no caso do Ceará e Piauí deve ocorrer limitação das chamadas "terras aptas" para os principais tipos de cultivo na região nordestina, conforme denominam os técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que participaram do trabalho.

Em razão disso, os setores que poderão ser mais afetados são os de serviços e indústria, principalmente aquela voltada para o processamento de alimentos, mais vinculada à agricultura. "Esses estados apresentam uma articulação forte com o setor agrícola. Então, haveria o que os economistas chamam de encadeamento entre os choques traçados para o setor agrícola e a economia como um todo".

O professor da UFMG explicou que, em contrapartida, o estado de Sergipe deve ser o menos atingido pelos choques climáticos. A projeção é de que até 2050 o PIB estadual caia apenas 3,6%. "No caso de Sergipe, haveria uma variação menor em termos de terras inaptas para a agricultura em função das mudanças climáticas. Isso quer dizer que os efeitos climáticos sobre Sergipe seriam menos intensos quanto à redução da aptidão das terras". O estudo prevê que o estado perderia apenas 5,3% de terras agricultáveis.


AUMENTO DA MIGRAÇÃO

A redução das terras disponíveis para a agricultura em função dos choques climáticos pode resultar no aumento da migração de nordestinos dentro da própria região e no país até 2050. É o que indica o estudo Migrações e Saúde: Cenários para o Nordeste Brasileiro- 2000/2050.

O coordenador da pesquisa no Cedeplar da UFMG, Alisson Barbieri, explicou que, em um cenário sem mudanças climáticas, a volta de migrantes para suas regiões de origem, principalmente nordestinos e mineiros residentes em São Paulo, tende a se manter. Esse processo vem sendo observado nos últimos 15 a 20 anos. Barbieri lembrou que muitos mineiros e nordestinos ainda deixam seus estados em busca de melhores condições de vida, sobretudo em São Paulo.

No caso das mudanças climáticas, porém, Barbieri afirmou que poderia haver reversão dessa tendência de volta à terra natal. "Em função da redução da renda e do nível de emprego em várias áreas do Nordeste devido às mudanças climáticas, poderia acontecer uma saída de parte dessa população do Nordeste para outras regiões do país que mantenham ou, eventualmente, aumentem o seu dinamismo econômico em função das mudanças climáticas".

Segundo o professor, o efeito das mudanças climáticas no Nordeste como um todo, que seria a região mais afetada pelas alterações do clima no país, "poderia levar a um processo de expulsão de população do Nordeste". Ele chamou a atenção, contudo, para o fato de que esse cenário considera as mudanças climáticas sem a adoção de mecanismos de adaptação para a população. Para reverter essa tendência, teriam de ser desenhadas políticas públicas que contribuíssem para manter a população na região e garantir sua subsistência.

Uma das hipóteses levantadas pelo estudo é a ampliação das transferências governamentais de renda, como o Bolsa Família, por exemplo, como instrumento para suavizar os impactos das mudanças do clima sobre a economia do Nordeste.

Barbieri destacou que ao traçar esse cenário de aumento dos fluxos migratórios até 2050, a idéia do estudo "é levantar o debate sobre que tipo de mudanças ou adaptações seriam necessárias para que não chegássemos a isso". Ele informou que uma alternativa para manter o nível de renda e as pessoas em suas regiões de origem seria uma atuação mais forte do estado em termos de programas de transferência de renda. "Obviamente que a capacidade fiscal do estado é limitada nesse aspecto", observou.

Para ele, alternativas mais eficazes poderiam ser, por exemplo, a criação de oportunidades no setor de serviços e na indústria, além de investimentos em tecnologia agrícola, para criar espécies mais resistentes às variações climáticas e adaptadas às alterações do solo.